Aos 22 anos, em 1992, Lindbergh Farias percorria o
país convocando milhares de pessoas para exigir o impeachment do ex-presidente
Fernando Collor. Ex-cara pintada e ex-presidente da União Nacional dos
Estudantes (UNE), construiu sua carreira política como jovem líder dos
protestos.
Vinte e três anos depois, ironia do destino, ambos
estão enredados no mesmo caso que é investigado com autorização do Supremo
Tribunal Federal (STF). Hoje aliados, ambos estão incluídos na apuração de
desvios de recursos da Petrobras. Lindbergh e Collor estão na “Lista de Janot”,
entregue pelo procurador-geral da República, fruto da análise de depoimentos de
acusados de saquear a estatal.
Hoje, no momento em que uma aguda crise política
recai sobre Brasília, o senador Lindbergh vê um possível cenário de impeachment
contra a presidente Dilma Rousseff como uma tentativa de “golpe das elites”,
como já denunciou em plenário. No Parlamento, atua ao lado do antigo algoz,
Fernando Collor (PTB), na defesa do governo petista.
Em trecho que constaria da delação premiada, o
ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto teria mencionado reuniões com o senador
petista no início de 2014. Lindbergh o teria procurado para auxiliar no
programa de sua candidatura para o governo de estado do Rio de Janeiro e buscar
doadores de campanha. Paulo Roberto Costa foi preso pela primeira vez em março
de 2014.
Hoje, Collor é suspeito de ter recebido dinheiro
sujo da Petrobras no governo do seu ex-desafeto Luiz Inácio Lula da Silva.
Depoimentos de Alberto Youssef detalham como, segundo o doleiro, o senador e
ex-presidente da República recebeu propina de R$ 3 milhões resultante de um
negócio da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras.
Correio
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