quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Estaleiro demite mais 500 empregados em Maragogipe

Orçado em R$ 2,7 bilhões, o Estaleiro Paraguaçu, considerado um dos maiores investimentos privados da Bahia nos últimos dez anos, está com suas obras ameaçadas, no município de Maragogipe, no Recôncavo.
Nesta terça-feira, 6, a Enseada Indústria Naval, empresa responsável pelo projeto, demitiu  260 operários, devendo realizar hoje mais 240 novos desligamentos, totalizando 500 demissões, que se somam a outras 470 dispensas que já haviam sido realizadas pelo grupo no início de dezembro do ano passado.
O cancelamento dos repasses -  que totalizariam US$ 210 milhões -  pelo principal cliente da Enseada, a empresa Sete Brasil, estaria inviabilizando o andamento do projeto, atualmente com 82% das obras concluídas.
A partir desta quinta, 8, outros 1.000 trabalhadores devem ingressar em férias coletivas, "e a situação deles só deve ser reavaliada em 9 de fevereiro, quando termina o descanso forçado", conforme informou o vice-presidente do Sindicato da Construção Pesada e Montagem Industrial da Bahia (Sintepav), Irailson Warneaux.
"Até lá, a Enseada e o sindicato esperam que seja efetuado o repasse pela Sete Brasil", disse o líder sindical, durante assembleia realizada ontem pelos operários.
A Sete Brasil é uma empresa de investimentos formada pela Petrobras e por grandes empresas de engenharia, bancos e fundos de pensão. A empresa teve os projetos interrompidos desde que foi citada pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção envolvendo a Petrobras.
No mês passado, os trabalhadores do projeto chegaram a promover  manifestações na Av. Tancredo Neves, "mas agora a ideia é buscar audiências com autoridades baianas e na Sete Brasil para destacar o impacto do projeto para a economia baiana e para a vida dos trabalhadores", como ressaltou Warneaux.
Outro lado
Em nota, o diretor de Relações Institucionais e de Sustentabilidade da Enseada Indústria Naval, Humberto Rangel, confirmou as demissões, informando que o projeto, que já chegou a ter 7 mil operários trabalhando na construção, encerrou 2014 com  2.200 trabalhadores no canteiro da obra, além de outros 1.000 integrantes atuando na operação industrial.
"Apesar de reconhecer o período de dificuldade enfrentando pela indústria naval brasileira, a empresa segue com sua operação industrial na Bahia para fabricação de seis sondas de perfuração", disse o  executivo na nota.
Rangel refere-se aos navios que já haviam sido contratados pela Sete Brasil para construção pelo estaleiro baiano até 2020, visando a exploração do petróleo do pré-sal. Antes mesmo da conclusão das obras do projeto, previstas para o final deste ano, o Consórcio Enseada Paraguaçu já estava trabalhando na construção dos navios-sonda, com previsão de entregar o primeiro, em 2016.
Financiamento
O consórcio é composto, em 70%, por empresas essencialmente baianas -  os grupos Odebrecht e OAS, além da UTC, de forte atuação no estado. Os 30% restantes são da japonesa Kawasaki, responsável pela alta tecnologia prevista para o empreendimento.
O Sintapav revelou, que a Enseada vem tentando negociar, em vão, financiamento junto ao Banco do Brasil, num impasse que pode levar "a desmobilização total da obra".
Já estariam paralisadas, segundo informações do  sindicato,  três  oficinas; o dique seco; o pátio underground, além de prédios administrativos, equipamentos e as instalações elétricas e eletromecânicas.


A Tarde

PREFEITO JONIVAL LUCAS DE SAPEAÇU FALA A SITUAÇÃO DOS ATRASOS DAS VERBAS FEDERAIS E ESTÁ PREJUDICANDO MUITO NO DESEMVOLVIMENTO DO MUNICÍPIO


O prefeito da cidade de Sapeaçu, Jonival Lucas Júnior (PTB), afirmou em entrevista à Rádio Metrópole, na manhã desta terça-feira (6), que a Bahia e o Brasil passam por um momento de crise. "O Governo Federal está atrasando o repasse de verbas, o municípip de Sapeaçu vive de receitas, quero que o governo cumpra com o calendário. O Ministério da Saúde tem mudado o calendário de repasse, o que criou uma defasagem, vários outros municípios sofrem, outros conseguem sem a necessidade de repasse do ministério", afirmou. "Não temos a capilaridade financeira de fazer dinheiro para fazer frente às despesas. Fazemos um esforço muito grande para manter as coisas funcionando. As medidas econômicas fizerem mexer na economia. tiraram dos municípios de pequeno porte", analisou