A falta de
infraestrutura básica, o pessimismo do empresariado e a deterioração
macroeconômica estão entre os fatores que levaram o Brasil a cair, de 2012 para
2013, da 48ª para a 56ª posição entre os 148 países analisados no Relatório
Global de Competitividade, editado pelo Fórum Econômico Mundial (WEF). O documento,
feito em parceria no Brasil com a Fundação Dom Cabral (FDC) e o Movimento
Brasil Competitivo (MBC), foi divulgado nesta terça-feira e, com o resultado, o
Brasil volta à posição de 2009.
Rodrigo
Constantino: O Brasil do PT: país perde oito posições no ranking de
competitividade
O coordenador
do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral e responsável
pela análise dos dados brasileiros do ranking, Carlos Arruda, destaca dois
pontos para a queda do Brasil na lista. "O primeiro é absoluto, como o
pessimismo demonstrado pelos empresários. O segundo é relativo, como a melhora
no quadro inflacionário entre 2012 e 2013, mas que foi menor que a de outros
países", disse. "Ou seja, mesmo onde avançou marginalmente, o Brasil
perdeu porque outros melhoraram", completou Arruda.
Criado na
década de 1980, o relatório combina dados estatísticos nacionais e
internacionais com os resultados de uma pesquisa de opinião com executivos. No
Brasil, foram 2 mil entrevistados. O estudo avalia as condições oferecidas por
um país para que as empresas nele operantes tenham sucesso no contexto nacional
e internacional, promovam o crescimento sustentável e a melhoria nas condições
de vida de sua população.
É o segundo
resultado negativo em rankings de competitividade para o Brasil neste ano. Em
outro levantamento, divulgado em maio pelo International Institute for
Management Development (IMD), também em parceria com a Fundação Dom Cabral, o
país ficou em 51º lugar entre 60 países avaliados.
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A Suíça
liderou a lista das economias mais competitivas pelo quinto ano seguido e, em
2013, foi seguida por Cingapura e Finlândia, assim como no levantamento
anterior. Alemanha e Estados Unidos completam os cinco primeiros postos. Dos
cinco países dos Brics, a China (29ª) está na frente, seguida pela África do
Sul (53ª), Brasil (56ª), Índia (60ª) e Rússia (64ª). No grupo, somente a Rússia
melhorou a posição no ranking, subindo três colocações. O Brasil teve a queda
mais brusca, África do Sul e Índia caíram uma posição e a China manteve a
colocação de 2012.
Na América
Latina, o Brasil ficou atrás, do Chile - que, na 34ª posição, lidera o ranking
regional -, do Panamá (40ª), da Costa Rica (54ª) e do México (55ª). A Argentina
foi o país do hemisfério Sul que teve a maior queda, de dez posições, para
104ª. A Venezuela caiu para a posição 134º. Segundo o relatório, os dois países
apresentam um quadro crítico em seus fatores institucionais e macroeconômicos.
Setorialmente,
o Brasil apresentou resultados decepcionantes em onze dos doze pilares para o
desenvolvimento avaliados, principalmente no item "Eficiência do Mercado
de Bens", onde recuou dezenove posições, para a 123ª. Esse item avalia,
por exemplo, questões regulatórias, como o impacto alfandegário na exportação
de bens e tarifas no comércio internacional. "Nas questões regulatórias,
que é a avaliação dos empresários, o Brasil ficou em 139º lugar em 148 países;
nas tarifas internacionais, um dado estatístico, está em 126º lugar",
explicou Arruda.
O melhor
desempenho do Brasil nos itens avaliados e o único onde o país não perdeu
posições é o "Tamanho do Mercado", ficando em nono lugar. No entanto,
segundo Arruda, o dado positivo é ofuscado pelos outros indicadores. "Em
todos os dados de infraestrutura básica, como estradas e portos, o Brasil está
entre os piores do mundo".
Fonte:VEJA