No curto prazo a casca de coco triturada poderá ser
uma alternativa à fibra de madeira de baixa densidade (MDF), largamente
utilizada pelas indústrias moveleira e da construção civil. O produto inovador
foi desenvolvido por pesquisadores da Facit (Faculdade de Ciência e Tecnologia)
de Montes Claros, apoiados pelo Programa de Incentivo à Inovação (PII) do
Sebrae Minas e da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
(Sectes), de Minas Gerais.
“Nosso objetivo era desenvolver um novo produto à
base de componentes disponíveis e baratos, obtido por meio de um processo
totalmente biodegradável”, afirmou a pesquisadora Christina Soares Oliveira à
Agência Sebrae de Notícias.
O projeto começou em 2009 e o produto está em fase
final de testes. Encerrada essa etapa, os pesquisadores devem transferir a
tecnologia para empresas interessadas em produzir painéis de fibra de coco.
Além da casca do coco, o material leva também glicerina (cujo descarte e refino
constituem um problema para as usinas de biodiesel) e um polímero à base de
fécula de mandioca, em substituição às resinas sintéticas causadoras da
liberação de substâncias tóxicas.
A disponibilidade de matéria-prima e o
baixo custo de produção são as principais vantagens do novo material. A
fabricação do produto é também mais rápida e simples do que a do MDF. Após a
moagem da casca do coco maduro, já é feita a modelagem com o aglutinante,
enquanto na produção do MDF são necessárias várias etapas intermediárias.
Os testes feitos em laboratórios
mostraram que o material tem potencial para aplicações pela indústria moveleira
em componentes frontais, internos e laterais de móveis, fundos de gaveta e
tampos de mesa e caixas de som. Já na construção civil, ele poderá ser
utilizado na produção de pisos finos, rodapés, almofadas de portas, divisórias,
portas usinadas, batentes, balaústres e outras peças torneadas.
Além das vantagens econômicas, o produto
atende também aos quesitos de sustentabilidade: sua produção e utilização
ajudam a reduzir os impactos ambientais e valorizam o aproveitamento de
resíduos.
Fonte: CATRACA LIVRE
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