Um ano após a deflagração da primeira fase da
Operação Lava Jato, o Ministério Público Federal (MPF) conseguiu recuperar
cerca de R$ 500 milhões desviados da Petrobras. Ao chegar à décima fase,
cumprida esta semana, 64 mandados de prisão foram executados e 19 ações
criminais propostas contra 87 investigados. Os números fazem parte do balanço
mais recente sobre o trabalho da força-tarefa do MPF que atua exclusivamente no
caso.
Até agora, 12 acordos de delação premiada foram
assinados, entre eles o do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor de
Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. De acordo com o levantamento,
52 políticos estão sendo investigados, a maioria parlamentares, com inquéritos
no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ),
pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Os valores do desvio de
recursos chegam a R$ 2,1 bilhões.
As investigações preliminares da Lava Jato
começaram em 2009, a partir da apuração do envolvimento do então deputado
federal José Janene (PP), que morreu em 2010, com os doleiros Alberto Youssef e
Carlos Habib Charter, dono de um posto de combustível e de um Lavo Jato em
Brasília, que inspirou o nome da operação.
Em 2013, a Polícia Federal descobriu quatro
organizações criminosas, todas comandadas por doleiros. Com base no
monitoramento dos suspeitos, os investigadores chegaram a Paulo Roberto Costa,
que recebeu um veículo da marca Land Rover como presente do doleiro Alberto
Youssef.
A partir daí, por meio de depoimentos de delação
premiada, os investigadores descobriram a participação de dirigentes de
empreiteiras, que organizaram um clube para combinar quais empresas
participariam das licitações da Petrobras. Os executivos estão presos há 120
dias na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
Além dos dirigentes das empresas, também estão
presos o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, o
ex-diretor de Serviços Renato Duque e Paulo Roberto Costa, que cumpre prisão
domiciliar, por ter delatado o esquema de corrupção na estatal. Segundo as
investigações, o PP, PT e PMDB eram beneficiados com recursos de contratos
superfaturados da estatal. Os partidos negam que tenham recebido recursos
oriundos de propina.
Fonte: Agência Brasil
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